domingo, 20 de junho de 2010

ADAPTAÇÃO NA ESCOLA

A adaptação na escola é um período de mudança, um momento frágil para os pais e a criança.

A Educativa tem presenciado vários processos de adaptação e cita abaixo alguns pontos relevantes. No berçário, até uns cinco ou seis meses de idade, os pais parecem sofrer mais com a adaptação do que as crianças. Isto ocorre devido a apreensão de terem de deixar o seu bebê sob os cuidados de outras pessoas. A criança, por sua vez, pode até estranhar um pouco o novo ambiente ou a nova rotina, mas até esta idade eles não costumam estranhar as pessoas e por isso eles não sentem tanto a mudança.

Ainda no berçário, dos seis meses até os dois anos e no maternal até os três anos de idade se tem um período de adaptação mais difícil porque a criança já estranha as pessoas e os ambientes e não consegue compreender claramente o que significa a escola, podendo tecer a percepção de abandono quando os pais se ausentam e a deixam com pessoas que ela nunca viu antes. Neste período é preciso ter muita paciência e procurar entender o momento que ela está passando.

Por isso, deve-se evitar uma ruptura brusca dos vínculos afetivos da criança. A Educativa normalmente pede para que um dos pais ou um parente que a criança tenha bastante intimidade permaneça na recepção da escola durante os primeiro dias enquanto ela vai para a salinha de aula. Desta forma, sempre que a criança sente-se insegura, ansiosa ou começa a chorar, nossos educadores a trazem até esta pessoa para que ela receba o seu afeto e não se sinta abandonada. Outro ponto importante é o consentimento dos pais com este tipo de estratégia, permitindo que a criança explore o novo ambiente sozinha e comece a criar vínculos com os educadores e os coleguinhas. Não permitimos que os pais fiquem dentro da sala de aula ou em outro espaço que não seja a recepção porque a criança percebe que está sob a proteção costumeira da família e passa a não estabelecer vínculos com os novos indivíduos.

Com o passar do tempo, ela começa a criar os vínculos necessários para adquirir confiança nos educadores e nos coleguinhas e a partir do momento em que o medo do novo acaba, ela começa a perceber como é divertido e gostoso o ambiente escolar, aonde ela vai adquirir uma formação pessoal e social convivendo com os amiguinhos da mesma faixa etária e vai começar um processo de aprendizado que irá desde a descoberta das possibilidades de seu corpo até o conhecimento dos espaços e do significado da escola. Os conhecimentos a serem adquiridos conforme a faixa etária está melhor indicado nas descrições das turmas da Educativa que vão do berçário ao pré-escolar.

Quando o processo de adaptação se dá na faixa etária dos quatro aos seis anos, quando a criança já tem a capacidade de verbalizar seus sentimentos e de entender bem o que acontece ao seu redor, ele se torna bem mais simples, não passando de um ou dois dias para que ela já esteja bem familiarizada com o novo ambiente, divertindo-se e aprendendo. Um fato comum neste início é a ansiedade e alguma manha que surge como forma de protesto para aceitar o novo ambiente, principalmente porque em casa ela domina o seu espaço e na escola ela terá que dividir não somente o espaço, mais a atenção da professora com os colegas de sala. A família tem um papel fundamental que é o de não demonstrar a sua apreensão para a criança, eles devem procurar reforçar os pontos positivos da escola, demonstrando entusiasmo com os novos amiguinhos, com a professora, com as brincadeiras e atividades do aluno. Também se observa que algumas crianças apresentam pequenas dores de barriga, de cabeça ou febre perante o desafio da mudança do ambiente de casa para a escola.

Outro ponto importante é saber que quando a criança chora ela não está querendo dizer que não gosta da escola, na verdade ela nem conhece este ambiente porque até então ainda não tinha frequentado. O choro é uma forma dela expressar uma condição nova e que não entende porque a mãe a deixou sozinha com pessoas que ainda não tem um vínculo de afeto. Há também o caso dos pais que matriculam os filhos em período integral e se sentem culpados por não terem tanto tempo para estarem com seus filhos. Sabemos que é uma situação difícil e dolorosa, mas procuramos reconfortar afirmando que não há motivos para tanto, pois as crianças ao crescer amadurecem e estas experiências irão ser importantes para a sua formação e até precisam do convívio com outras crianças de mesma idade para se desenvolverem. Nos grandes centros urbanos, a escola de educação infantil é o melhor lugar para se propiciar este tipo de contato e de crescimento construtivista.

Senhores pais, observem abaixo alguma dicas para o processo de adaptação:

  • 1 - A escola deve ser uma extensão da casa da criança, tanto para ela quanto para os pais. Se os pais se sentem seguros como se estivessem em suas casas, certamente deixarão seus filhos na escola e irão trabalhar tranquilos. Por isso, é importante que a escolha da escola seja uma decisão bem pensada.
  • 2 - Os pais devem preparar a criança para vir para a escola, mas não devem se alongar nas explicações a fim de evitar desconfianças.
  • 3 - Os pais devem ter consciência de que a adaptação é dolorida, mas é bastante rápida.
  • 4 - A criança constrói vínculos e por isso costuma querer trazer consigo uma fraldinha, um paninho, a chupeta etc, como uma forma de manter-se ligada com o seu ambiente familiar. E como ela vai estar mudando de ambiente, é interessante não expô-la a muitas mudanças tipo trocar de quarto, de mobília, viagens ou expô-la à tristeza do falecimento de um ente próximo.
  • 5 - Quando a mãe entrega a criança na escola, frequentemente elas choram e isso não quer dizer que ela não queira ficar.
  • 6 - A recíproca também é verdadeira, a fato da criança não chorar não significa que ela não esteja sentindo a adaptação. O importante é não forçar e ter bastante paciência deixando-a adaptar-se no seu tempo.
  • 7 - É muito importante evitar que a criança presencie comentários sobre o seu processo de adaptação e nunca faça comparações com o processo de adaptação de outras crianças.
  • 8 - Outro ponto importante é evitar que a educadora retire a criança do colo da mãe. O melhor é que a mãe coloque a criança no chão e a incentive a entrar na escola na companhia da educadora; A educadora até pode pegar a criança do chão para colocar em seu colo, mas nunca deve pegar diretamente do colo da mãe.
  • 9 - A sinceridade é muito importante para manter o vínculo de confiança, por isso, nunca saia escondido, despeça-se naturalmente.
  • 10 - A Educativa não permite que os pais fiquem dentro das salas de aula ou nos espaços internos porque isto dificulta o processo de adaptação já que a criança fica impossibilitada de entender a separação temporária e faz com que as demais crianças passem a cobrar a presença de seus pais.
  • 11 - Os pais devem vir para a primeira reunião do ano para conhecer a educadora e passar a incentivar o filho a procurá-la para facilitar a construção de vínculos.
  • 12 - É importante os pais conversarem com a criança sobre a necessidade da educadora dividir a sua atenção com os coleguinhas.
  • 13 - A confiança dos pais na escola é um sentimento positivo que certamente é passado para a criança no processo de adaptação, por isso é muito importante pesquisar a instituição antes de efetuar a matrícula.
  • 14 - Cada criança tem um período individual e único de adaptação. Há aquelas que choram no primeiro dia, as que não choram e as que exploram a escola durante a primeira semana por tudo ser novidade e na semana seguinte não querem mais voltar, gerando uma desconfiança nos pais sobre o que pode ter acontecido para esta mudança de comportamento.
  • 15 - Interrogar a criança sobre o seu dia na escola pode transmitir um sentimento de insegurança. Deixe-a falar com naturalidade e a incentive quando assim começar.
  • 16 - Poderão ocorrer algumas regressões de comportamento durante o período de adaptação, assim como alguns sintomas psicossomáticos (febre, vômitos etc.).
  • 17 - É comum surgir simultaneamente a necessidade de segurança e o desejo de independência. Ao mesmo tempo que ela se sente insegura ela quer fazer as coisas sozinha.

A Educativa recomenda que a adaptação das crianças de período integral e semi-integral inicie com períodos menores na parte da manhã ou da tarde. O ideal é que a criança, nos primeiro três dias, fique na escola por um período de duas horas com a mãe aguardando na recepção da escola. Já no quarto e quinto dia, a mãe pode ausentar-se uma hora a mais por dia. Na segunda semana, a criança já pode ficar no período normal. Fonte: http://www.educativaonline.com.br/html/adaptacao.html

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